Eis uma dica para os adeptos de slow travel (turismo lento): os vilarejos charmosos de Brisighella e de Pennabilli, ambos na região Emília-Romanha.
Brisighella, um pequeno burgo localizado no Vale do Lamone, aos pés dos Apeninos entre a Toscana e a Romanha, pertence à província de Ravena (Ravenna).
Pennabilli, província de Rimini, é um daqueles lugares da Itália que não fazem parte do tumulto, multidão e estresse das cidades turísticas mais batidas do país.
Slow travel: Brisighella e Pennabilli, vilarejos na Emília-Romanha
Brisighella é considerado um dos burgos mais bonitos da Itália, segundo a lista organizada pelo clube I borghi più belli d’Italia.
Era um dia de primavera quando fui a Brisighella, a temperatura não era muito fria e nem muito quente.
Cheguei ao burgo com o trenzinho que sai da estação de Faenza em direção a Florença. De Faenza a Brisighella a viagem dura apenas 10 minutos: quando você apenas senta, já está na hora de levantar.
Os monumentos que visitei em Brisighella foram:
Torre do Relógio
Construída como reduto em 1290, ela era até o ano de 1500, juntamente com a Fortaleza Manfrediana, o sistema de defesa do centro habitado do burgo. Foi destruída e reconstruída várias vezes, e atualmente está fechada à visitação para trabalhos de restruturação.
Fortaleza Manfrediana
Edifício militar construído em 1310 pela família Manfredi, conserva ainda características das fortalezas medievais italianas.
Via do Burgo ou dos Burros
É conhecida como Via dos Burros porque antigamente os comerciantes de Brisighella usavam esses animais para o transporte de gesso. O seu charme está por ser um elevado, o qual é iluminado pelas várias janelas em forma de arco.
Santuário da Madonna del Monticino
Onde é venerada uma imagem em terracota, de autor desconhecido, com data de 1626.
Na hora do almoço, parei em uma lanchonete no centro histórico do burgo para comer um sanduíche. Aconselho comer algo leve para poder encarar as subidas e as descidas de Brisighella.
Para mais informações, acesse o site oficial de turismo de brisighella (em italiano e inglês).
📍 Dicas de Ravenna: Brisighella – como chegar
A melhor forma para um turista chegar a Brisighella é de trem. Como escrevi acima, o trenzinho que da linha Faenza-Florença e vice-versa faz parada em Brisighella. Você pode pegá-lo em Faenza (província de Ravena) ou em Florença.
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Dicas de turismo lento na Itália: Pennabilli e Brisighella, Emília-Romanha
Já conhecia Pennabilli de passagem, mas durante minha última vez nesse burgo, resolvi explorá-lo com mais tranquilidade e, assim, desfrutá-lo melhor como ele merece.
Pennabilli também é famoso internacionalmente pelo seu Festival Internacional de Artes Performativas (Festival Internazionale di Arti Performative, em italiano).
Burgo de Pennabilli: um pouco de história
O nome Pennabili deve-se à união dos dois castelos, um tempo rivais, de Penna e Billi, construídos nas proximidades do burgo e sendo as suas origens bastante antigas, datando já no período etrusco-romano.
Em 1004, foi edificado o primeiro castelo da senhoria Malatesta, ligado em seguida à história dos Montefeltro e dos Médici. No século XVI, com a transferência da sede bispal de San Leo, Pennabilli passou a ter o título de “Cidade”.
Mesmo depois de séculos de evoluções e de adaptações, são evidentes os sinais do sistema urbanístico original medieval. Podmos, assim, admirar no Castelo de Billi (“la Rupe”) a porta do século XIII e o Convento de Clausura, este construído sobre as ruínas do antigo muro.
Castelos de Penna e de Billi
No Castelo de Penna (“il Roccione”), além das portas históricas, situam-se o Palácio do Bargello, o Burgo San Rocco, o Santuário de Nossa Senhora das Graças e o Guasto Malatestiano, ponto dominante da antiga cidade.
Na segunda metade do século XIV, a fusão das duas comunidades de Penna e de Billi determina o desenvolvimento da cidade renascentista em torno da “Fontana della Pace”, assim como o Palácio da Razão, o Pórtico dos Mercantes e a Catedral.
As vias do burgo conservam a memória e os sinais deixados por alguns personagens ilustres do passado e do presente: Padre Orazio Olivieri e S.S. XIV Dalai Lama. Célebre é a obra do mestre Tonino Guerra, que em Pennabilli passou uma boa parte da sua vida e nele se inspirou para as suas várias obras.
Detalhe:
O artista Tonino Guerra nasceu em Santarcangelo di Romagna, província de Rimini.
🏛️ O que ver no burgo de Pennabilli: algumas sugestões
Portas, palácios, praças e igrejas
- Porta Cinzia (século XVI|)
- Palácio “della Ragione” (século XV): Antiga sede do governo da cidade
- Praça Vittorio Emanuele II
- Catedral de San Pio V (século XVI, reestruturado nos séculos XIX e XX): Catedral da Diocese de San Marino e Montefeltro.
- Praça delle Are
- Igreja de São Felipe (início do século XVIII)
Paisagem e teatro
- Horto dos Frutos Esquecidos (1989): No passado foi o horto dos Frades Missionários do Preciosíssimo Sangue, recuperado após a guerra pelo município e transformado em jardim-museu dos frutos não mais cultivados, primeira realização do poeta Tonino Guerra em Pennabilli.
- Porta Carboni (século XIV-XV, reestruturada no século XIX).
- Teatro Vittoria (1920, reestruturado em 2000): Edificado em homenagem à vitória na Primeira Guerra Mundial, está situado sobre os restos do Palácio Fuffi (século XV), do qual é conservado somente o portal lateral.
- Casa Natal de Padre Orazio Olivieri: As lápides recordam a figura do missionário cappuccino que no século XVIII fundou uma missão no Tibete e foi o primeiro a traduzir 35.000 vocábulos tibetanos em uma língua ocidental, e a visita do Dali Lama à cidade em 15 de junho de 1994.
Museus e santuário
- Palácio do Seminário
- Museu Diocesano
- Museu do Cálculo Mateureka (ao lado do ponto de informações turísticas da cidade)
- Museu “Il Mondo di Tonino Guerra”
- Santuário da “Madonna dell Grazie” (ou Igreja de Santo Agostinho): Evolução da primitiva Capela do Castelo (século XI).
- Porta Malatesta ou do Burgo (século XIV com elementos do século XII): Anexada ao Palácio do Bargello.
- Palácio do Bargello (século XIV)
Um anjo com bigode?
O Anjo com Bigode: Instalação na ex-igrejinha sobre os mortos que ilustra a delicada história de um anjo “que não era capaz de fazer nada”.
Os versos de Tonino Guerra (em italiano e dialeto romanholo), o grande díptico de Luigi Poiaghi e o canto dos pássaros ecoado na pequena capela (realização sonora de Sergio Valentini) contam como um sonho impossível tenha virado realidade.
Homenagem aos budistas
O Sino de Lhasa: Modelo do sino da missão cristã fundada por Padre Orazio Olivieri no Tibete e três sinos de oração, típicos da devoção budista. Instalação realizada em ocasião da segunda visita do Dalai Lama a Pennabilli.
Pórtico Renascentista: Um dos lugares mais característicos, situado perto da Porta Malatesta. Servia como entrada para o Convento dos Agostinianos e, provavelmente, como acesso à primitiva capela do Santuário da Madonna delle Grazie.
Nossa Senhora “grávida”
Nesse pórtico, há uma cópia da “Madonna del Parto” de Piero della Francesca, utilizada nos anos 70 em algumas cenas do filme com Alain Delon “A primeira noite de tranquilidade”, filmado na igreja românica de Ponte Messa.
O afresco original encontra-se em Monterchi, província de Arezzo, Toscana.
Igreja da Misericórdia (século XIV): Antiga sede de um hospital que foi fundado por Lancelotto di Pennabilli.
Para mais informações turísticas da cidade, consulte o site oficial de turismo de Pennabilli.
Onde comer em Pennabilli
Almocei na Osteria-Enoteca Al Bel Fico: restaurante pequeno, típico e rústico.
Endereço: Piazza Vittorio Emanuele II, 22.
📍 Como chegar a Pennabilli, Emília-Romanha
O melhor meio de transporte para se chegar a Pennabilli é o CARRO, pois a cidade não tem estação ferroviária e os ônibus são raros por aquelas bandas.
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