Em abril de 2015, visitei dois museus no centro histórico de Bolonha: o Museu da História de Bolonha (Museo della Storia di Bologna), no Palácio Pepoli, e o Museu San Colombano – Coleção Tagliavini.
Já em abril de 2017, finalmente fui à Pinacoteca Nacional de Bolonha, um museu que já queria ter conhecido há anos, principalmente para rever o quadro O Êxtase de Santa Cecília, de Rafael Sanzio, o qual já tinha visto em uma mostra na cidade.
Se você quer conhecer uma outra Bolonha, e tem algumas horas de sobra, que tal visitar um destes museus?
Museu da História de Bolonha
Um pouco da história do Palácio Pepoli
A história deste palácio começa em 1276 quando Romeo Pepoli, membro de uma família que fazia negócios com estudantes espanhóis e franceses, comprou o edifício.
Em 1344, Taddeo Pepoli, filho de Romeu, construiu o palácio: do lado de fora, imponente, era circundado por um fosso em sua parte, enquanto no interior era uma casa de representação, com pátio nobre, salão para recepções e decorações em estuque.
A família Pepoli, a primeira que governou Bolonha na época das famílias senhoris, foi proprietária do palácio até 1910 quando, com a morte de Agostino Siero Pepoli, o edifício foi cedido para o município de Bolonha.
Em 1913-14, Palácio Pepoli foi comprado pelo banco Cassa di Risparmio di Bologna, e em 2004, pela Fundação Carisbo, através da sociedade Museo della Città di Bologna.
Assim, em janeiro de 2012 foi inaugurado o Museu da História de Bolonha no Palácio Pepoli, um percurso museológico e cultural dedicado à história, cultura e às transformações de Bolonha, desde a Felsina etrusca até os nossos dias.
Os acontecimentos históricos locais são aqui contados em um modo inovador e dinâmico, com técnicas expositivas cenográficas e interativas, algumas até mesmo inéditas no panorama italiano.
O lindo palácio medieval foi reinventado e restaurado pelo arquiteto Mario Bellini, enquanto o projeto gráfico foi curado pelo arquiteto Italo Lupi, aspectos que fazem do museu uma experiência única.
No centro do pátio interno do Palácio Pepoli, o arquiteto Mario Bellini colocou a Torre do Tempo, uma torre feita com vidro e aço que reinventa a corte desfigurada pelo tempo e a faz retomar a sua dignidade e função.
Uma lanterna mágica que é inundada por uma luz natural, quase como quisesse desafiar as famosas Duas Torres. Uma escolha estratégica que facilita o inteiro percurso expositivo entre o andar térreo e o andar nobre, sendo a própria torre e a corte o epicentro do museu.
Algumas salas expositivas mostram vídeos e documentários em língua italiana e inglesa (alguns, por enquanto, somente em italiano). A intenção do museu é a de inserir legendas em inglês em todo o material.
O museu é dividido em várias seções, distribuídas em sucessões cronológicas e por grandes temas (tradução livre em português das seções abaixo):
- La città dipinta (A cidade pintada)
- Torre del Tempo (Torre do Tempo)
- Bologna nell’antichità (Bolonha na antiguidade): Salas 1-4
- La grande stagione del Medioevo (A grande estação da Idade Média): Salas 5-7 e 9-10
- Forma Urbis (sala 8)
- Il Rinascimento dei Bentivoglio (O Renascimento dos Bentivoglio): Salas 11-12
- Bologna in scena: politica, religione e riti della vita collettiva (Bolonha em cena: política, religião e ritos da vida coletiva): Salas 13-16
- Bologna La Dotta: arti, scienze, lettere, musica (Bolonha, “La Dotta”: artes, ciências, letras, música): Salas 17-19 e 21-22
- Spazio multimediale e Teatro virtuale (Espaço multimídia e Teatro virtual)
- La città delle acque (A cidade das águas): Sala 20
- Dal Settecento al Novecento (Do século XVIII ao XX): Salas 23-28
- Un tempo né troppo vicino né troppo lontano (Um tempo nem muito próximo e nem muito longe): Salas 29-32
- La città delle lingue (A cidade das línguas): Salas sale 33-34
- Sala della cultura (Sala da cultura).
Bologna, La Dotta
Bolonha é conhecida como “La Dotta” (A culta), pela sua universidade, uma das mais antigas da Europa.
Sala Bolonha (Sala Bologna)
Nesta sala está conservada a famosa reprodução em fac-símile da monumental planta perspectiva da cidade de Bolonha afrescada na Sala Bologna do Palácio Apostólico Vaticano.
A obra está colocada na sala de entrada do museu e permitirá que os visitantes admirem uma pintura extraordinária não exposta para o público.
A Sala Bolonha, originariamente uma sala de refeições do Papa com uma galeria aérea que se abria para a cidade de Roma, é hoje inacessível para os visitantes porque é adjacente aos apartamentos privados do pontífice e à Secretaria do Estado do Vaticano.
Esta sala foi construída para o Jubileu de 1575 sob encomenda do papa bolonhês Gregório XIII Boncompagni, o qual empregou um time de pintores dirigidos por Lorenzo Sabatini para dar vida a um ambicioso ciclo de afrescos com tema geoiconográfico e cosmológico.
A Sala Bolonha precede em cinco anos a conhecida Galeria dos Mapas Geográficos no Vaticano, e com esta última o papa bolonhês celebrou em Roma a sua cidade natal, glorificando-a juntamente com a Alma Mater Studiorum, centro da nova ciência na época da Contrarreforma.
O interior é ainda afrescado com grandes mapas terrestres e celestes, dentre os quais desponta o majestoso mapa da cidade de Bolonha que ocupa a inteira parede sul e é reconhecido como o maior “retrato” da cidade já afrescado durante o Renascimento.
A gigantesca planta perspectiva descreve o tecido urbano e a arquitetura em detalhes ao fornecer uma imagem fiel da cidade histórica que corresponde em grande parte àquela de hoje.
Como visitar o Museu da História de Bolonha
Para todas as informações atualizadas sobre horários e ingressos, consulte diretamente o site oficial do Museu da História de Bolonha.
Museus em Bolonha: Museu San Colombano – Coleção Tagliavini
San Colombano é um complexo de igrejas constituído por uma série de edifícios agregados durante o tempo a partir do século VII.
Na restauração recente, foi descoberto um afresco de uma crucificação do século XIII, atribuído ao artista Giunta Pisano, uma cripta medieval e uma sepultura do século XIII.
Luigi Ferdinando Tagliavini
Inaugurado em 21 de junho de 2010, este complexo guarda a coleção de instrumentos musicais antigos doada pelo Maestro Luigi Ferdinando Tagliavini, organista e musicólogo bolonhês, constituída de cerca de noventa peças entre cravos, espinetas, pianos, clavicórdios e outros instrumentos, e a biblioteca especializada do musicólogo bolonhês Oscar Mischiati.
A coleção Tagliavini compreende peças do século XVI ao XIX. A história dessa coleção começou em 1969, quando Tagliavini comprou uma espineta do século XVI em Bolonha e, posteriormente, o grande címbalo de três registros construído em 1679 por Giovanni Battista Giusti, o qual é considerado uma das peças mais importantes da coleção.
A partir de então, Tagliavini iniciou a sua própria e verdadeira pesquisa de coleção.
Como visitar o Museu San Colombano – Coleção Tagliavini
Para todas as informações atualizadas sobre horários e ingressos, consulte diretamente o site do Museu San Colombano.
Pinacoteca Nacional de Bolonha
Totalmente renovada em 1997, a Pinacoteca Nacional de Bolonha apresenta, além das 30 salas expositivas, Salas de Belas Artes e salas modernamente equipadas no subsolo, onde há mostras temporárias, atividades didáticas, seminários e outros eventos.

A Pinacoteca articula-se em seções subdivididas historicamente por escolas e o itinerário repercorre as obras de artistas do XIII e XIV século (Vitale di Bologna, etc.) ao período do Renascimento (Rafael Sanzio, Perugino, Tintoretto, etc.), do Maneirismo (Giorgio Vasari, Bartolomeo Cesi, etc.) ao Barroco (Carracci, Guercino, etc.) para chegar, finalmente, à Sala das Pinturas do século XVII.

Como visitar a Pinacoteca Nacional de Bolonha
Para todas as informações atualizadas sobre horários e ingressos, consulte diretamente o site da Pinacoteca Nazionale di Bologna.
Tours privados com guia brasileira em Bolonha
*Visitei o Museu da História de Bolonha e o Museu San Colombano como cortesia de Genus Bononiae.
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