Em 2016, tive a oportunidade de conhecer o Museu dos Navios de Calígula, às margens do Lago de Nemi, mas não pude conhecer o burgo porque chovia muito no dia da minha visita à cidade.
Assim, em setembro de 2017, retornei a Nemi para conhecer o seu pequeno centro histórico, e indico esse bate-volta de Roma a todos aqueles que desejam conhecer uma Roma além dos pontos turísticos tradicionais.
Burgo e Lago de Nemi, área dos Castelos Romanos

Nemi está situada nos arredores do homônimo lago, área dos Castelos Romanos. A cidadezinha é dividida em uma parte mais antiga, chamada de Pullarella, e aquela mais moderna, com transformações que ficaram evidentes, sobretudo a partir do século XVII com a nobre família Frangipane.
Nemi tem uma história muito antiga e o seu território, no passado, pertencia à cidade latina de Aricia e, segundo a tradição, foi fundada por Hipólito, filho de Teseu.
Nemi = bosque
Apalavra “Nemi”, de origem latina “nemus”, significa “bosque”, e com o nome de “Nemus Dianae” era conhecido o Templo de Diana (deusa da caça, mas também dos bosques) nas margens do lago, onde surgia o seu templo.
Os testemunhos gregos e romanos são muitíssimos, como demonstra também o Templo de Diana Aricina ou Nemorense, dedicado à deusa da caça às margens setentrionais do Lago de Nemi, além da mansão de Júlio César, da qual falam Cícero e Suetônio.
O grande general romano, não satisfeito, mandou destruir a mansão, mas esta continuou a ser habitada até o terceiro-quarto século.

Calígula e seus navios de luxo no Lago de Nemi
Há também a prova do canal artificial, o qual remonta ao século V a.C e antecede o domínio dos romanos, que percorre Vallericcia até Ardea, onde desemboca no mar, passando por Cecchina.
Até hoje dá para visitar inteiramente esse canal artificial.
Com a dominação romana, Nemi cresceu bastante e, segundo a tradição, foi Calígula que mandou construir dois grandes navios como palácios flutuantes, no homônimo lago, os quais foram afundados quando esse imperador romano morreu.

Nemi, a partir da Idade Média
Na Idade Média, Nemi voltou aos refletores somente no século IX-X secolo, com a edificação do castelo. Posteriormente, a família dos Conti di Tuscolo se apropriou da comunidade inteira e, depois, foi a vez da família Frangipane. Mais tarde, Nemi com o seu castelo foram concedidos aos monges cistercienses.
Nos séculos sucessivos, o burgo foi de propriedade da família Borgia, dos Colonna e, novamente, dos Frangipane, até virar um destino popular para o “Grande Tour” dos visitantes europeus.
Com a dominação fascista, foram também encontrados dois navios de Calígula, os quais, infelizmente, foram destruídos por um incêndio, talvez provocado pelos alemães em 1944.

Atividades comerciais de Nemi
A agricultura era, desde os tempos antigos, a atividade prevalente em Nemi, considerando a fertilidade natural dos terrenos do antigo Vulcano Laziale.
Nessa área, de modo especial, são produzidas cebolas, mel, óleo e, sobretudo, morangos. Também merece destaque a pesca no Lago de Nemi, principalmente de moreias, atherinas e barbos.
Hoje o turismo está substituindo lentamente as outras atividades comerciais de Nemi, apesar de a tradicional hospitalidade ter origens bem antigas, tanto que, pela sua beleza, esse lugar já era renomado desde os tempos da Antiga Roma.
Junho: Festa dos Morangos e das Flores
O burgo de Nemi é muito visitado em junho, principalmente no primeiro domingo, quando acontece a Festa dos Morangos e a Festa das Flores.
Nemi, do ponto de vista turístico, oferece várias propostas interessantes, como as suas mil trilhas, dentre as quais a de Via Francigena do Sul, o périplo do Lago de Nemi, o itinerário de Nemi até Genzano, a Via Sacra dentro do parque, e as atividades esportivas, como bicicleta, moutain bike e equitação.

📍 Como chegar ao burgo de Nemi, área dos Castelos Romanos
- O melhor meio de transporte para ir até Nemi é o carro.
- Do centro de Roma até o Lago de Nemi, pelo percurso mais breve, são quase 33 km e 1 h de viagem.
Minha dica é
Aproveite para combinar no mesmo passeio o Lago de Nemi com o burgo de Castel Gandolfo, ambos na região dos Castelos Romanos.

*Fonte: Site Paesi on line.
**Este post faz parte do Projeto #experienceRome.