Melozzo da Forlì, um pintor renascentista não tão badalado quanto Rafael Sanzio, Michelangelo Buonarroti ou Sandro Botticelli, por exemplo, merece também o seu destaque aqui no blogue por ser um artista que tanto admiro desde quando eu vi, em 2006, a sua obra-prima representada na cúpula da Basílica de Loreto, região Marche, centro da Itália.
Assim, descubra um pouco mais sobre esse gênio italiano e veja onde admirar alguns de seus trabalhos na Itália.
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Pequena biografia e obras do artista renascentista Melozzo da Forlì
Melozzo di Giuliano degli Ambrosi, conhecido como Melozzo da Forlì, pintor e arquiteto italiano, nasceu em Forlì, região Emília-Romanha, em 8 de junho de 1438, no seio de uma família de artistas-artesãos.
O seu percurso pictórico começou quando ele foi aluno do mestre giottesco Baldassarre Carrari, mas também quando conheceu Giovanni Santi, pai de Rafael Sanzio.
Melozzo se dedicou logo à pintura. Um documento de 1461 define-o “Melotius pictor” e o biógrafo Giorgio Vasari, mesmo não tendo dedicado uma de suas “Vidas” a ele, afirma que Melozzo “foi muito estudioso das coisas da arte”.
A grande escola do Renascimento italiano
Para cultivar o próprio talento e ganhar para a sua sobrevivência e glória, o jovem artista trocou a sua cidade-natal por Rimini e depois por Pádua, seguindo os passos dos pintores que antes dele estavam criando a grande escola do Renascimento italiano: Leon Battista Alberti, Piero della Francesca, em Rimini, e Andrea Mantegna, em Pádua.
Mas foi em Urbino, na refinada corte humanística da família Montefeltro, onde se encontravam os maiores artistas da época – Francesco Laurana, Donato Bramante, Luca Pacioli, os flamengos Berruguete e Giusto di Gand, Paolo Ucello e Piero della Francesca – que o pintor de Forlì plasmou a sua linguagem artística.
Assimilado o estilo de Piero della Francesca, Melozzo compôs as suas obras partindo de um sistema que respeita rigorosamente a perspectiva, acrescentando escorços audaciosos a partir da parte inferior e unindo a profundidade do espaço com o esplendor e a naturalidade das figuras, segundo a técnica de Beato Angelico.
Seu mestre: Piero della Francesca
Piero della Francesca, por volta de 1460, introduziu o jovem Melozzo em Roma, mais especificamente na Corte Pontifícia, onde, em breve, alcançará o auge da sua arte, afrontando grandes desafios e, assim, tornando-se o “pictor papalis” do Pontífice Sisto IV della Rovere.
Afrescos de Melozzo da Forlì
A primeira de suas obras é o afresco da abside da Igreja dos Santos Apóstolos, para o cardeal Pietro Riario, sobrinho do pontífice, que representa a Ascensão de Cristo em um céu terso, iluminado de azul e de ouro, anjos músicos e envolvido pelos apóstolos, entre perspectivas inovadoras e escorços ilusionísticos que impressionam seus contemporâneos e as futuras gerações de pintores.
Infelizmente, desse grande afresco só restam quatorze pedaços que estão divididos entre o Palácio do Quirinale (Cristo em Glória) e a Pinacoteca Vaticana (as figuras dos anjos e dos apóstolos), os únicos remanescentes das modificações sofridas durante os séculos.
Afresco da Biblioteca Vaticana
Em 1477, Sisto IV encomenda a Melozzo da Forlì um afresco comemorativo da criação da Biblioteca Vaticana, ilustrando o papa e a sua corte enquanto recebem o humanista Bartolomeo Platina no papel do primeiro diretor da instituição, que Melozzo realizou impecavelmente.
Em 1489, o pintor ainda se encontra em Roma para completar o trabalho na abside da Igreja dos Santos Apóstolos e realizar o mosaico da Capela de Santa Helena, na Igreja de Santa Cruz em Jerusalém, com Jesus que abençoa e rodeado pelos evangelistas, no qual o pintor forlivese usa elementos da pintura bizantina.
A linda cúpula da Basílica de Loreto
Outro afresco memorável encontra-se em uma das sacristias monumentais do santuário pontifício, a Basílica da Santa Casa de Maria, em Loreto, região Marche.
O afresco decora o interior da cúpula com figuras e elementos arquitetônicos que são uma obra-prima da perspectiva e da beleza ideal, mas, por razões misteriosas, não foi completado, talvez porque disputado por várias cortes italianas.
Em Roma, Melozzo da Forlì realiza também, sob encomenda de Girolamo Riario, obras arquitetônicas para reconstruir um palácio em Roma, edifício que hoje é conhecido como Palácio Altemps.
Detalhe do afresco de Melozzo da Forlì na cúpula da Basílica de Loreto, região Marche.
Falecimento em Forlì, sua cidade-natal
Sempre, sob encomenda de Riario, Melozzo da Forlì projetou outros palácios em Imola, além do Palácio Riario, em Forlì.
Em Ancona, região Marche, no ano de 1493, realizou a decoração de alguns tetos do Palácio Municipal. Posteriomente, o artista voltou a Forlì e aceitou decorar, com a ajuda de seu aluno preferido, Palmezzano, a capela gentilícia da família Feo, na Igreja de San Biagio.
A capela foi a sua última obra. Melozzo faleceu em Forlì, em 8 de novembro de 1494.
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*Fonte: Settemuse.it
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