Como já dizia o poeta inglês Shelley:
Bastam as fontanas para justificar uma viagem a Roma.
A água e as fontanas fazem parte do patrimônio artístico e cultural de Roma: desde os antigos romanos, foram vários os homens de poder que escolheram esse elemento de decoração urbana para eternizar o próprio nome na história da cidade.
Eis abaixo uma lista com 10 fontanas, mas ressalto que a mesma não exaure as várias existentes em Roma, sejam elas grandes ou pequenas.
10 fontanas em Roma que já valem a viagem
Fontana della Barcaccia: Piazza di Spagna
O tema da obra foi inspirado na inundação de 1598, o que permitiu que alguns barcos chegassem até o local onde hoje surge a fontana.
Em 1627, Papa Urbano VII encomendou o chafariz a Pietro Bernini, pai de Gian Lorenzo Bernini: naquela área, porém, o Aqueduto da Água Virgem, que até hoje alimenta a fontana, tinha uma pressão muito baixa para permitir a realização de jatos de água ou cascatas.
O problema foi resolvido ao ser criada a forma de um barco imerso na água e colocado abaixo do nível da rua com pequenos chafarizes que saem da popa e da proa.
Fontana das Tartarugas: Piazza Mattei

Adjacente ao Gueto Hebraico, a Fontana delle Tartarughe é uma das mais bonitas de Roma. Construída por volta do final de 1500, sob projeto de Giacomo della Porta, está ligada a uma lenda romântica.
Parece, realmente, que o duque Mattei quisesse mostrar ao pai de sua amada que ele era um homem potente, contrariamente ao quanto se pensasse, e, assim, mandou construir a maravilhosa fontana em frente às suas janelas no arco de uma só noite.
As esculturas dos quatro rapazes que levantam os braços para ajudar as tartarugas a entrar no tanque superior são atribuídas a Taddeo Landini, enquanto as tartarugas foram adicionadas por Bernini em 1658.
Fontana do Tritão: Piazza Barberini
É composta por quatro golfinhos, cujos rabos estão posicionados para cima de forma a suportar uma concha aberta, sobre a qual está um Tritão.
Foi realizada por Bernini, em 1643.
Fontana de Trevi
Até o fim do século XVIII, em frente a essa fontana, acontecia um espetáculo macabro: cadáveres de desconhecidos eram expostos em praça pública e um leiloeiro convidava a população para reconhecer os restos mortais.
A fontana mais famosa de Roma tem um post exclusivo aqui no blogue.
Fontanone del Gianicolo: Via Garibaldi
A realização do Fontanone dell’ Acqua Paola (Fontanone del Gianicolo) remonta ao período entre 1610 e 1614, graças aos arquitetos Giovanni Fontana (1540-1614), Flaminio Ponzio (1560-1613) e ao escultor Ippolito Buzio (1562-1634), como uma mostra terminal do Aqueduto Trajano-Paulo.
Essa fontana foi encomendada por Papa Paulo V Borghese (1605-1621) e seus emblemas, dragão e águia, aparecem em vários pontos do monumento.
É conhecida também como “Fontanone del Gianicolo” e domina o grande terraço panorâmico que dá para a cidade.
No final do século XVII, o arquiteto Carlo Fontana (1638-1714) modificou o seu aspecto, conferindo à fontana a forma que vemos hoje.
Fontana dos Quatro Rios: Piazza Navona

Situada no centro da Praça Navona, a Fontana dei Fiumi (Fontana dos Quatro Rios, tradução livre) é uma das maiores obras-primas de Gian Lorenzo Bernini (1598 – 1680).
As quatro figuras humanas que emergem de uma paisagem de rochas e cavernas simbolizam os grandes rios dos quatro continentes conhecidos naquela época: o Nilo, o Ganges, o Danúbio e o Rio da Prata.
Fontana do Mouro: Piazza Navona

A fontana, alimentada pela Água Virgem, encontra-se na extremidade meridional da Praça Navona, em frente ao Palácio Pamphilj, sede da Embaixada do Brasil.
O tanque em mármore de Porta Santa, realizado em 1575 por Giacomo della Porta, durante o pontificado de Gregório XIII Boncompagni (1572-1585), era decorado com um grupo de tritões, dragões e grandes máscaras de artistas do século XVI (Egidio della Riviera, Taddeo Landini, Simone Moschini e Giacobbe Silla Longhi), os quais foram substituídos em 1874 com cópias de Luigi Amici.
Inocêncio X Pamphilj (1644-1655) encomendou a Bernini a renovação da fontana.
Fontana do Netuno: Piazza Navona

Situada na extremidade setentrional da Praça Navona, é conhecida como a fontana “dos caldeireiros” por causa dos comerciantes que vendiam os recipientes de cobre na vizinha Praça S. Apollinare.
A decoração escultórica foi realizada somente em 1873, quando, após um concurso feito pela prefeitura, e com muita polêmica, foi solicitada uma figura central do Netuno, feita por Antonio della Bitta, vencedor do concurso.
Os cavalos-marinhos, as sereias, os monstros-marinhos, os “putti” e outros elementos são obras do século XIX, feitas por Antonio Zappalà.
Fontana do Panteão: Piazza della Rotonda

Essa foi uma das primeiras fontanas a serem construídas na Roma Moderna. Foi realizada após a repristinação do aqueduto (1570) e feita pelo escultor Leonardo Sormani, sob um desenho apresentado em 1575 pelo arquiteto Giacomo della Porta (1533-1602).
Em 1711, foi adicionado o obelisco de Ramsés II, posicionado sobre um complexo escultórico imponente, obra de Filippo Barigioni (1690 ca.-1753).
Fontana das Náiades: Piazza della Repubblica
É a fontana moderna mais bonita de Roma, realizada com o objetivo de fornecer uma perspectiva monumental da então elegantíssima Via Nazionale.
Foi construída em 1888 sob projeto de Alessandro Guerrieri, que colocou quatro leões de gesso em volta do grande tanque circular.
Esses leões de gesso foram substituídos, em 1910, por quatro grupos de bronze, do escultor Mario Rutelli, e representam a Ninfa dos Lagos, a Ninfa dos Rios, a Ninfa dos Oceanos e a Ninfa das Águas Subterrâneas.
*Fonte: Site Turismo Roma Capitale.
**Este post faz parte do Projeto #experienceRome.