Até há pouquíssimo tempo, eu era convicta de que o Natal derivava do culto pagão ao Sol Invicto, pois é essa teoria que muitos estudiosos apresentam para explicar as origens da nossa festa natalícia.
Mas, afortunadamente, fiz algumas pesquisas na internet e encontrei um texto em italiano* que fez acender uma lâmpada na minha mente e, consequentemente, a questionar essa origem pagã do Natal.
Assim como pude tirar minhas próprias conclusões sobre a data de nascimento de Jesus, ocorrida ou não em 25 de dezembro, segundo as pesquisas de vários estudiosos, decidi traduzir e adaptar o texto original em italiano para publicá-lo aqui no blogue.
Nesta postagem, analisamos os argumentos de três hipóteses em modo que cada um possa tirar as suas próprias conclusões.
Contato de guia brasileira na Itália
Origem do Natal: Jesus nasceu mesmo em 25 de dezembro?
Em 25 de dezembro, celebrava-se a festa pagã do Sol Invicto (Sol Invictus, em latim)? Ou é a data histórica do nascimento de Jesus? Ou, ainda, é somente uma data convencional?
Há muito tempo, considera-se o 25 de dezembro como uma data convencional, escolhida pelos cristãos para celebrar o nascimento de Jesus Cristo e contrastar a festa pagã do Sol Invicto.
Há algumas argumentações que sustentam essa tese, como há outras que sustentam uma segunda, a qual aceita que a escolha de 25 de dezembro seja meramente convencional, mas com motivos independentes e não ligados a planos político-ideológicos ligados ao contraste ao paganismo.
Uma terceira tese, sustentada por argumentações bem mais válidas e decisivas, baseia-se na arqueologia e defende que 25 de dezembro seja efetivamente a data histórica do nascimento de Jesus Cristo.
Natal ou Páscoa: qual é a festa principal para os cristãos?
Devemos lembrar que o Natal, mesmo sendo, certamente, a festa do ano mais amada pela grande maioria das pessoas, não corresponde à mais importante dentro do cristianismo católico.
Se, na verdade, Jesus tivesse nascido, mas não tivesse ressuscitado, sobraria somente um dos tantos grandes pensadores que fazem parte da história da humanidade, como Platão, Aristóteles, Gandhi, Confúcio, etc.
Contudo, Jesus foi o único homem da história a falar de si próprio:
Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. (Jo 14, 1-6).
E foi o único que venceu o insuperável obstáculo do homem: a morte.
Por isso, a celebração cristã mais importante é a Páscoa, dia da sua ressurreição, cuja data é fixada historicamente e é astronomicamente certa: o 14 do mês hebraico de Nissan, pouco antes do início da festa hebraica, ou seja, ao nascer do sol no domingo de 9 de abril, ano 30 d.C., assim como a data da sua morte: cerca das 15 h da sexta-feira, 7 de abril, do mesmo ano 30.
O Natal é pro cristão a celebração de um evento bíblico e salvífico, não a recordação de uma data.
Na verdade, nos próprios Evangelhos não há nenhuma menção a uma data de nascimento de Jesus e somente dois evangelistas, de quatro, falam do nascimento e da infância de Jesus, enquanto os outros dois começam seus textos a partir do início de sua vida pública.
Além disso, no calendário cristão, o dies natalis, no qual se comemora um determinado santo, é o dia da morte, não do seu nascimento.
Somente no II e III século, os cristãos começaram a levar em consideração também a data de nascimento de Jesus, embora com uma certa desconfiança.
Orígenes de Alexandria (185-254 d.C.) declarou:
nas Escrituras, são os pecadores, e não os santos, que celebram seus nascimentos
fazendo menção às “festas de aniversário” (natalia) dos imperadores.
Em 200 d.C., Clemente de Alexandria afirmou, reclamando:
Há quem, com uma mais minuciosa pedantaria, procura atribuir ao nascimento do Senhor não somente o ano, mas o dia: e seria o 25 do mês de Pachons [ou seja, o 20 de maio] do vigésimo-oitavo ano de Augusto (Stromata, I, 21,145.6).
25 de dezembro é a cristianização da festa pagã do Sol Invicto?
Como escrito acima, a vulgata corrente afirma que 25 de dezembro seja uma data convencional, escolhida propositalmente pela igreja primitiva para substituir e por de lado a festa pagã do Sol Invicto.
Todavia, nos primeiros dois séculos, a data de nascimento de Jesus não era a mesma em todos os lugares: no Oriente, alguns celebravam o Natal em 20 de maio, outros, em 20 de abril, outros, em 17 de novembro.
No Ocidente, em algumas áreas, celebrava-se em 28 de março, enquanto em outras já tinha sido escolhido o dia de 25 de dezembro.
Somente no IV século, no Ocidente, chegou-se a uma concordância sobre essa data, fixando em tal modo a atenção sobre a realidade humana de Cristo.
A primeira data, na qual se certifica claramente a festa cristã de 25 de dezembro, é em 336 d.C., ou seja, quando foi escrita a Depositio Martyrum, uma primeira tentativa de calendário litúrgico, no qual, ao lado de 25 de dezembro, lê-se: “natus Christus in Betleem Iudeae”.
Contudo, em 275 d.C., sessenta e um anos antes, o imperador romano Aureliano mandou erigir um templo em Roma, instituindo um colégio sacerdotal e fixando a data do dies natalis do Sol Invictus em 25 de dezembro.
Tal festa acontecia durante o solstício de inverno (o “renascer” do sol), isto é, entre 22 e 24 de dezembro (no hemisfério norte).
Ocorre precisar que nenhuma fonte histórica contemporânea a Aureliano, ou a ele precedente, testemunha uma festa do sol em 25 de dezembro.
A primeira atestação nesse sentido remonta ao Cronógrafo de 354 (chamado também de calendário filocaliano), um texto cristão datável precisamente em 354 d.C. e redigido em Roma.
No mesmo documento (na 12° parte), aparece o já citado Depositio Martyrum, de 336 d.C., no qual se reporta o festejamento do nascimento de Jesus Cristo em 25 de dezembro.
Não há certeza, portanto, de quem tenha usado pela primeira vez a data de 25 de dezembro como festa própria: foram os cristãos a identificá-la com o nascimento de Cristo em detrimento da festa do Sol Invicto? Foram os pagãos que tentaram conter a explosão da nova religião no império romano? Ou as duas datas foram escolhidas de forma independente?
Segundo vários estudiosos, (H. Usener 1889, H. Lietzmann, FJ Dölger 1925 e Bernard Botte 1932), incluindo também a Enciclopedia Treccani, os cristãos teriam “chegado depois”: identificaram o nascimento de Jesus em 25 de dezembro para “cristianizar” a festa pagã.
É uma hipótese avançada tardiamente (mas privada de fontes históricas), por volta do final do século XII, pelo bispo siriano Jacob bar Salibi, que afirmou que a festa de Natal efetivamente fora mudada de 6 de janeiro para 25 de dezembro para coincidir com a mesma data da festa pagã:
Era costume dos pagãos celebrar em 25 de dezembro o nascimento do Sol, em homenagem a este acendiam fogos como sinal de festividade. Os Cristãos também fizeram parte dessa solenidade. Quando os doutos da Igreja notaram que os Cristãos eram bastante ligados a essa festividade, decidiram em concílio que a “verdadeira” Natividade devia ser proclamada nesse dia.
(J. Bar-Salibi da Christianity and Paganism in the Fourth to Eighth Centuries, Ramsay MacMullen. Yale, 1997, p. 155).
Todavia, tal explicação resulta ser em contraste com o fato de que os primeiros cristãos eram ridicularizados e perseguidos próprio porque não participavam das festas e das celebrações pagãs, já que adoravam um deus invisível e, por isso, foram definidos “ateus” pelos pagãos.
De qualquer forma, a ideia foi retomada por estudiosos do tardio século XVII, sobretudo por puritanos ingleses e escoceses presbiterianos, e por Daniel Ernst Jablonski, um alemão protestante que intencionava demonstrar que as celebrações do nascimento de Cristo, em 25 de dezembro, foram umas das tantas “paganizações” do cristianismo que a igreja do IV século abraçou.
Outros sustentam que foi o imperador Constantino – cultor do Deus Sol antes de aceitar a fé cristã – a transformar, em 330 d.C., a festa pagã do Deus Sol Invicto, em 25 de dezembro, em festa cristã.
Na verdade, nos primeiros três séculos do Cristianismo, o nascimento de Cristo tinha datas diferentes: 18 de abril, 29 de maio; para São Cipriano era em 28 de março, segundo Clemente de Alexandria, em 20 de maio, 10 de janeiro ou 6 de janeiro, mas depois prevaleceu a decisão de Constantino.
A nossa tradição teria começado a festejar o Natal em 25 de dezembro após o Concílio de Niceia (325), quando o cristianismo difundiu-se graças à liberdade de culto.
A data é independente do paganismo?
Outros estudiosos pensam diferentemente. Estes sublinham, acima de tudo, que a primeira citação da celebração do Natal cristão, em 25 de dezembro, provém de Hipólito de Roma (martirizado em 235 d.C.), quando no seu “Comentário sobre Daniel (4: 23: 3)”, que remonta a 203 d.C., escreveu:
O primeiro advento de nosso Senhor em carne, quando nasceu em Belém, foi oito dias antes das calendas de janeiro, o quarto dia [ou seja, quarta-feira], enquanto Augusto estava em seu quadragésimo segundo ano [ou seja, 3/2 aC]”.
As calendas eram o primeiro dia do mês, e oito dias antes de 1º de janeiro é 25 de dezembro.
Portanto, o uso de tal data por parte dos cristãos verificou-se 133 anos antes daquela usada para o Sol Invictus (336 d.C.), porém, sobre essa afirmação de Hipólito, não existe unanimidade de consensos: para alguns exegetas é considerado como interpolado sucessivamente (cfr. B. Altaner, O. Bardenhewer e F. X. Funk), enquanto outros o veem como autêntico (W. Bauer, A. Harnack e M. Lefévre).
Logo, o documento concordemente aceito continua sendo aquele que atesta tal data em 336 d.C. O estudioso Michele Loconsole afirmou também que a Igreja primitiva, sobretudo no Oriente, havia fixado a data de nascimento de Jesus, em 25 de dezembro, desde os primeiríssimos anos sucessivos à sua morte.
O dado foi tirado de um estudo da primitiva tradição de matriz judaico-cristã – resultada fidelíssima ao exame dos historiadores contemporâneos – e que teve origem no círculo dos familiares de Jesus, ou seja, na originária Igreja de Jerusalém e da Palestina.
Steven Hijmans, docente de Arte Romana e Arqueologia na Universidade de Alberta, sustenta que
A representação da religião pagã como uma potencial ameça ao cristianismo não é sustentada por alguma prova evidente. A afirmação de que o 25 de dezembro era uma festa particularmente popular do Sol Invictus na antiguidade tardia é da mesma forma infundada […]. Não existe alguma prova que Aureliano tenha instituído uma celebração do Sol Invictus naquele dia. Não existe alguma prova que uma celebração religiosa ao Sol Invictus naquele dia tenha precedido a celebração do Natal..
No seu estudo, ele coloca fortemente em dúvida a tese de que o Natal tenha sido instituído em 25 de dezembro para contrastar uma festa pagã popular.
Destaca-se, além disso, que antes de 354 d.C., ainda durante o reinado de Licínio (imperador entre 308 d.C. e 324 d.C.), o culto ao Deus Sol era celebrado em 19 de dezembro, e não em 25 (cfr. a inscrição citada por Allan S. Hoey, Official Policy towards Oriental Cults in the Roman Army, Transactions and Proceedings of the American Philological Association (70) 1939, pp 456-481, na p. 480, nota 128, citado por M. Loconsole, “La festa del Natale precede quella pagana del dio sole“, e W.J. Tighe, Calculating Christmas).
Acrescenta-se ainda que essa antiga festa astronômica era celebrada também em diversas outras datas do ano, dentre as quais era comum escolher o período compreendido entre 19 e 22 de outubro.
Aquela de 25 de dezembro teria sido imposta somente depois da metade do IV século d.C. (cfr. M. R. Salzman, New Evidence for the Dating of the Calendar at Santa Maria Maggiore in Rome, Transactions of the American Philological Association (111) 1981, pp. 215-227, na p. 221, citado por M. Loconsole, “La festa del Natale precede quella pagana del dio sole“.
Segundo Thomas Talley, o imperador Aureliano teria inaugurado a festa do Sol Invictus para buscar dar nova vida – um renascimento – a um império romano morrente.
É muito mais provável, afirma Talley, que a ação do imperador tenha sido uma resposta à crescente popularidade e à força da religião católica, que celebrava o nascimento de Cristo em 25 de dezembro, e não o contrário (T. Talley, The Origins of the Liturgical Year, Collegeville, MN: Liturgical Press, 1991, pag. 88-91).
Aureliano, devemos recordar, foi efetivamente um grande perseguidor dos cristãos.
Além disso, diversos autores cristãos contemporâneos aos fatos, como Ambrósio (c. 339-397), avançaram uma conexão entre o solstício de inverno e o nascimento de Jesus, descrevendo Cristo como o verdadeiro sol que eclipsou os caídos do velho ordinamento, mas nunca aludindo a uma “operação política” da Igreja, mas observando a coincidência como um sinal providencial da prova natural de que Deus havia escolhido Jesus no decorrer dos falsos pagãos.
É também necessário destacar que em Petovio (atual Ptuj, na Esolovênia), foi recuperado o testemunho de Vittorino, o qual, perto do final do III século, afirmou:
Encontramos, entre as cartas de Alexandre, que foi Bispo em Jerusalém, esta passagem que ele transcreveu dos documentos apostólicos com seu próprio punho: no oitavo dia da calenda de janeiro [ou seja, 25 de dezembro] nasceu Nosso Senhor Jesus Cristo, sob o consulado de Sulpício e Camerino […]
Alexandre morreu em 251 d.C. É primordial termos em consideração que a festividade da Anunciação do Arcanjo Gabriel a Zacarias é uma festa presente na Igreja primitiva judaico-cristã desde o século I e, consequentemente, a sua lembrança em 23 de setembro recaía no fato de o nascimento de Jesus ter ocorrido cerca de 15 meses depois, isto é, em 25 de dezembro (o motivo está explicado mais abaixo).
O Prof. Jean-Marie Salamito, docente di História da Antiguidade Cristã, na Universidade Paris-Sorbonne, afirmou:
O calendário das festas cristãs não representa um adaptamento, uma transposição ou uma variante do calendário pagão. Pelo contrário, trata-se de um calendário que possui uma própria lógica. A data do Natal não constitui a tentativa da parte cristã de substitur uma festa pagã. Em vez disso, a ideia do Natal provém de especulações cristãs do século III d.C., especialmente da parte de Sexto Júlio Africano, sobre diversas datas da história santa, em particular aquela da data de nascimento de Jesus. Esta última foi fixada em base à data de nascimento de João Batista. Trata-se de cálculos cronológicos complexos que forneceram ao cristianismo um calendário autônomo que não é a imitação de um calendário romano ou pagão qualquer. Sou do parecer de que seja o nascimento de Jesus, seja a data do Natal não tenham alguma relação com os cultos pagãos, tanto menos com o solstício de inverno […]. O culto solar era apenas um culto entre os tantos, inserido no quadro de uma religião caracterizada por um pluralismo acentuado de cultos e de tendências filosófico-religiosas.
Ocorre também recordar que, até quando não foi publicado o Édito de Milão (313 d.C.), os cristãos eram fortemente perseguidos.
Portanto, mesmo se tivessem festejado o Natal em 25 de dezembro, certamente não o teriam feito publicamente. Além disso, desde cedo, os cristãos reivindicaram uma identidade própria em oposição ao seu ambiente cultural, sobretudo em relação às outras religiões.
Existiriam, assim, hinos e orações dos primeiros cristãos que mostram a existência da festa do Natal antes do Édito de Constantino (Daniel-Rops, Priéres des Premiers Chrétiens, Paris: Fayard, 1952, pp 125-127, 228-229, citado em M.T. Horvat, Christmas Was Never a Pagan Holiday.
Devemos lembrar, por fim, o que disse Agostinho de Hipona, em 400 d.C., que fala de um grupo local de dissidentes cristãos, os donatistas, os quais festejavam o Natal em 25 de dezembro, refutando-se, porém, a celebrar a Epifania em 6 de janeiro, considerando-a uma novidade.
A partir do momento que o aparecimento do grupo donatista deu-se somente durante a perseguição de 312 d.C., sob Diocleciano, para ficar depois atacado obstinadamente às práticas daquele momento, essa parece ser uma tese a favor da originalidade cristã.
Como já dito, por conseguinte, a primeira data certa que atesta em 25 de dezembro a festa pagã do Sol Invictus é a do ano 336 d.C.
Assim, essa mesma tese é sustentada também por William J. Tighe, docente di História no Muhlenberg College di Allentown (Pensilvânia). Ele explica claramente que
a escolha de 25 de dezembro é o resultado de tentativas dos primeiros cristãos de entender a data de nascimento de Jesus em base a cálculos calendariais, os quais não tinham nada em comum com as festas pagãs. Na verdade, a festa pagã do “Nascimento do Sol Invicto”, instituída pelo imperador romano Aureliano, em 25 de dezembro de 274, foi quase, certamente, uma tentativa de criar uma válida alternativa pagã a uma data que era já de uma certa importância para os cristãos romanos.
E se tivesse sido uma festa pagã, seria constrangedor para os cristãos?
Embora os estudiosos que sustentam a originalidade da data cristã em relação à festa do Sol Invicto tenham teses mais convincentes a favor deles, a questão permanece aberta. E se tivessem razão aqueles que falam de usurpação imprópria e ilegítima da parte da Igreja cristã de uma festa pagã? Seria constrangedor, ou não?
Na verdade, como explicado na Enciclopedia Treccani, em qualquer encontro entre culturas diversas, fenômenos de assimilação e substituição são mais que comuns: o cristianismo primitivo poderia ter colhido o significado simbólico e transferiu-o pra Cristo, assim como valorizou diversos elementos da cultura greco-romana (pensamos aos termos “templo”, “sacerdote”, “pontífice”, a auréola, logos, alma ou os numerosos templos pagãos do império romano não destruídos, mas convertidos ao culto cristão).
1. adaptação da prática da fé cristã ao contexto cultural em que se quer difundi-la
2. introdução da cultura ou dos valores culturais de um determinado povo na sua própria cultura
Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa
A inculturação da fé é um fenômeno normal, comum e legítimo da vida da Igreja, pois se trata da transformação, da integração e do potenciamento dos valores que se encontram nas civilizações nas quais o cristianismo se introduz.
Essas civilizações não são canceladas, mas valorizadas por meio de uma espiritualidade nova.
O importante, teologicamente falando, é que essa espiritualidade não produza o abandono de alguns dogmas cristãos ou a introdução de crenças pagãs, produzindo, assim, uma nova religião sincretista, mas isso, obviamente, não é o caso da natalidade de Cristo, cujo acontecimento permanece único, irrepetível e radical.
Como explicou Elesha Coffman, historiadora na Waynesburg University, poderia ter sido
um esforço para remodelar a cultura – também as festividades – em modo positivo.
Para confirmar a legitimidade da Igreja sobre essa potencial inculturação do paganismo, encontramos, dentre os sustentadores de tais teses, o próprio papa Bento XVI!
Em 2006, Ratzinger sustentou a hipótese da inculturação cristã de uma data originariamente pagã, demonstrando que aderir a esta última não comporta, portanto, nenhum constrangimento para os cristãos.
Assim, Ratizenger escreveu:
O mundo onde surgiu a festa de Natal era dominado por um sentimento que é muito símile ao nosso […]. O 25 dicembre, como está no centro dos dias do solstício invernal, devia ser comemorado como o dia natal, recorrente a cada ano, da luz que se regenera em todos os pores do sol […] Esta época, na qual alguns imperadores romanos haviam procurado dar a seus súditos, em meio à inarrestável queda das antigas divindades, uma nova fé com o culto do sol invencível, coincide com o tempo em que a fé cristã estendeu a sua mão ao homem greco-romano. Esta encontrou no culto do sol um de seus inimigos mais perigosos. Tal sinal, assim, era colocado muito claramente na frente dos olhos dos homens, em maneira muito mais precisa e atraente que o sinal da cruz, com o qual procediam os mensageiros cristãos. Apesar disso, a fé e a luz invisível desses últimos exitaram sobre a mensagem visível, com a qual o antigo paganismo havia procurado se afirmar. Logo cedo, os cristãos reivindicaram para si o 25 de dezembro, o dia natal da luz invicta, e celebraram-no como natal de Cristo, como dia em que haviam encontrado a verdadeira luz do mundo. Eles disseram aos pagãos: o sol é bom e nós nos alegramos não menos de vós pela sua contínua vitória, mas o sol não possui alguma força por si mesmo. Pode existir e ter força somente porque Deus o criou. Este nos fala, portanto, da verdadeira luz, de Deus. É o verdadeiro Deus que se deve celebrar, a fonte originária de cada luz, não a sua obra, que não teria nenhuma força sozinha.
O Pontífice, então, concluiu a sua reflexão:
Sentimos que o diálogo do cristão com os adoradores romanos do sol é, ao mesmo tempo, o diálogo do crente de hoje com seu irmão incrédulo, é o diálogo incessante entre fé e mundo […]. Nós temos a certeza divina de que a luz já venceu sobre a profundidade oculta da história e todos os progressos do mal no mundo, por maiores que sejam, não podem absolutamente mudar as coisas. O solstício invernal da história se verificou irrevocavelmente com o nascimento do menino de Belém.
J. Ratzinger, Chi ci aiuta a vivere? Su Dio e l’uomo, Queriniana 2006, pagg. 97-103 (traduzi as palavras acima, de Ratzinger)
O Deus Mitra e os vários paralelismos
Os assim chamados “miticistas”, aqueles que não creem na existência histórica de Jesus Cristo, sustentam que a sua figura seja a invenção de personagens misteriosos que teriam literalmente copiado as suas gestas da divindade pagã Mitra, cuja festa seria celebrada próprio em 25 de dezembro.
Embora as primeiras notícias sobre a história de Mitra remontem ao século II, certamente são posteriores aos Evangelhos.
Christopher Butler catalogou presuntos paralelos entre Jesus e Mitra, encontrando uma enorme discordância e nenhuma referência a 25 de dezembro como o aniversário da divindade pagã.
O agnóstico Bart D. Herman, renomado estudioso do Novo Testamento e diretor do Departamento de Estudos Religiosos da Universidade do North Carolina, relevou, por sua vez, a total inconfiabilidade dos contos sobre Mitra e dos presuntos paralelismos, observando:
Não temos textos mitraístas que sustentem os paralelismos, tanto menos testemunhos segundo os quais o deus Mitra teria nascido de uma virgem em 25 de dezembro e morrido para expiar os pecados, para depois ressurgir no domingo.
B. Ehrman, Did Jesus exist?, HarperCollins Publishers 2012, p. 217.
As Saturnálias
Por fim, alguém defende que o Natal não se baseia realmente no Sol Invicto, mas nas festas “Saturnálias”, dedicadas ao deus Saturno.
Na verdade, essas festas nunca foram celebradas em 25 de dezembro, mas entre 17 e 23 de dezembro, e não haveria nenhum sentido fazer cair o dia do Natal cristão depois de dois dias do término dessas celebrações.
25 de dezembro tem uma origem cristã, mas é somente simbólica?
Diversos outros estudiosos avançaram uma outra hipótese em relação àquelas precedentemente expostas: eles defendem a ideia de que a data de 25 de dezembro tenha sido escolhida através de critérios independentes e não necessariamente ligados às festas pagãs (mesmo se sobrepostos), porém não seria, em nenhum modo, a data histórica de nascimento de Jesus de Nazaré, mas uma data convencional/ simbólica.
Hipótese do cálculo
Para a escolha de 25 de dezembro, de forma independente da festa pagã, haveria a assim chamada “hipótese do cálculo” ou “teoria computacional”, e foi sugerida por L. Duchesne (1889), H. Engberding (1949) e retomada por Thomas Talley (1991).
Esta baseia-se na tradição dos patriarcas hebreus que quer que estes tenham morrido nas datas de seus aniversários (calculando com um número inteiro de anos, dado que as frações de anos eram consideradas imperfeições): sendo Cristo um ser perfeito, também para ele a data do dia em que foi concebido devia ser a mesma data da sua morte, assim para tornar perfeito o ciclo das festas.
Em 207 d.C., Tertuliano identificou como data de morte de Cristo o 25 de março (8º dia das calendas de abril) do ano de 29 (cfr. Tertuliano, Contra os Judeus 8,18), uma escolha certamente simbólica, ligada ao equinócio de primavera do calendário romano (o dia perfeito, no qual a noite e o dia se equilibram) e à hipotética criação do mundo segundo a tradição hebraica (como o sacrifício de Abraão e a passagem pelo Mar Vermelho).
Assumindo tal data, a concepção de Cristo (o anúncio a Maria) teria ocorrido em 25 de março e, portanto, seu nascimento nove meses depois, em 25 de dezembro (solstício de inverno).
Santo Agostinho é testemunho da tradição segundo a qual Cristo foi concebido e morreu em 25 de março: “Octavo enim Kalendas apriles conceptus creditur quo et passus» (De Trinitate IV, 5 ; cf. De diversis quaestionibus, 56) e afirmou o mesmo em 221 d.C.
Sexto Júlio Africano, no seu Chronographiai, colocou 25 de março como a data da Paixão de Cristo e do anúncio a Maria (concepção de Jesus).
Já citado acima, Hipólito de Roma, o qual, em 203 d.C., certificou a festa do Natal cristão em 25 de dezembro, mesmo se muitos consideram uma informação adicionada posteriormente, e o testemunho de Vittorino sobre o bispo de Jerusalém, Alexandre, que, antes de 251 d.C., afirmou o 25 de dezembro como festa cristã.
Uma variante da mesma tese é baseada na astronomia: segundo as ideias da época, considerava-se que a criação do mundo tivesse acontecido no equinócio de primavera e, portanto, em 25 de março (não em 21).
Raciocinando segundo esta ideia, supunha-se que a segunda criação, ou seja, a concepção de Cristo no seio de Maria, também devia ter ocorrido em 25 de março. Consequentemente, o nascimento do Salvador passava a ser marcado em 25 de dezembro, nove meses depois da sua concepção.
Hipótese do Cristo-luz do mundo
Uma outra consideração, com bases astronômicas, mas também bíblicas, confirmava os antigos nesse tipo de raciocínio.
É noto, assim, que por volta de 25 de dezembro o sol retoma a sua ascensão depois do solstício invernal.
Isso era um particular que induzia os antigos a conectar o nascer do sol à justiça, que é o Cristo Senhor.
Assim, é bem provável que os cristãos tenham interpretado o radicado simbolismo solar presente nas Escrituras como profecia da incarnação de Deus em Jesus Cristo, escolhendo, por isso, a data de 25 de dezembro (solstício de inverno).
Por exemplo, o profeta Malaquias manda dizer a Deus:
Mas sobre vós que temeis o meu nome se levantará o sol de justiça que traz a salvação em seus raios. Saireis e saltareis, livres como os bezerros ao saírem do estábulo. Pisareis aos pés os ímpios, os quais serão pó, sob a planta de vossos pés, no dia em que eu agir – diz o Senhor dos exércitos.
Livro de Malaquias, 3, 20-21.
Essa analogia entre a manifestação de Deus e o nascer do sol remonta ao Livro de Isaías (Is 30, 26 e Is 62, 1) e é também retomado no Livro da Sabedoria (Sb 5, 6).
Será o próprio Jesus a aplicar a si mesmo as palavras de Isaías (Mateus, 4, 16), como fez também nesta ocasião:
Falando novamente ao povo, Jesus disse: Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida.
Jo, 8, 12.
Essa interpretação já é implícita no primeiro capítulo do Evangelho de Lucas (Lc 1, 79-79), no qual Zacarias profetiza que:
Pelas entranhas da misericórdia do nosso Deus, Com que o oriente do alto nos visitou;
Para iluminar aos que estão assentados em trevas e na sombra da morte;
A fim de dirigir os nossos pés pelo caminho da paz.
Lc, 1, 78,79 s.
E, assim, no capítulo sucessivo, Jesus é apresentado como
Luz para iluminar as nações (Lc 2, 32).
O simbolismo teológico “Cristo-Luz do mundo” é característico também no Evangelho de João (Jo 1, 4-9) e nas Cartas de São Paulo (por ex. Ef 5,14), lembrando igualmente a Transfiguração, durante a qual o vulto de Cristo resplendia como o sol (Mt 17, 2), e, sobretudo, a Ressurreição, da qual o ressurgir cotidiano do sol pode ser considerado uma metáfora.
Também no Apocalipse de João, quando Cristo aparece ao apóstolo:
e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece. (Ap 1, 16).
Também Santo Ambrósio (c. 339-397), come citado mais acima, conecta o solstício de inverno ao nascimento de Jesus, sem aludir a alguma substituição da festa pagã, mas reconhecendo nessa um sinal providencial.
Steven Hijmans, docente de Arte Romana e Arqueologia na Universidade de Alberta, sustentou exatamente essa tese, fazendo notar como os cristãos olhassem com atenção ao solstício de inverno e às considerações cósmicas. A sua conclusão é clara:
E foi o simbolismo cósmico que ispirou a liderança da Igreja de Roma para eleger o solstício de inverno, em 25 de dezembro, como o aniversário de Cristo, e o solstício de verão, como aquele de João Batista, integrado pelos equinócios de suas respectivas datas de concepção. Enquanto tinham conhecimento de que os pagãos chamavam esse dia de “aniversário” do Sol Invictus, isso não teve nenhuma influência na escolha da data pro Natal.
Uma símile confirmação chega também da arte: os primeiros cristãos advertiram a necessidade de manifestar a fé deles também com as artes figurativas. Temos vários afrescos e mosaicos que comparam Cristo com o sol.
Um exemplo por todos encontra-se na necrópole vaticana, onde no mosaico do teto do mausoléu M, composto entre 150-180 d.C., temos a representação de Cristo-Sol que ascende ao céu.
Segundo essas teses, portanto, a escolha de 25 de dezembro é identificada de forma totalmente autônoma e indiferente ao fato que essa mesma data ou período de tempo fosse já usada nas festas pagãs.
As duas festas poderiam, então, ter surgido quase contemporaneamente, paralelamente e sem alguma intenção de mútua incidência.
É também possível, de qualquer forma, que a vontade de substituir a festa pagã seja coexistente à escolha de 25 de dezembro por motivos precisamente bíblico-astronômicos.
25 de dezembro é a verdadeira data de nascimento de Jesus?
Outros estudiosos afastam-se das teses precedentes e afirmam que 25 de dezembro não é por nada uma data simbólico-convencional, mas é próprio a data exata do nascimento de Cristo do ponto de vista histórico.
Tese arqueológico-bíblica
Tal tese (explicada bem em italiano neste artigo) baseia-se nas importantes descobertas arqueológicas de Qumran, graças ao calendário de Qumran e, sobretudo, à descoberta do Livro dos Jubileus (II secolo a.C.).
O evangelista Lucas refere que o arcanjo Gabriel anunciou a Zacarias o nascimento de seu filho João Batista, enquanto ele estava desempenhando no templo as suas funções sacerdotais perante a Deus, durante o turno dos Abias (Lc 1,62).
Em 1953, a grande especialista francesa Annie Jaubert estudou o calendário do Livro dos Jubileus, descobrindo que numerosos fragmentos de texto demonstram não somente que este tinha sido realizado próprio pelos essênios, mas que estes o tinham usado pelo menos até o século I d.C. (A. Jaubert, Le calendrier des Jubilées et de la secte de Qumran. Ses origines bibliques, in “Vetus Testamentum, Suppl.” 3 (1953) pp. 250-264).
Em 1958, o pesquisador hebreu Shemarjahu Talmon, docente na Universidade de Jerusalém, reconstruiu os turnos sacerdotais dos hebreus e, aplicando-os ao calendário gregoriano, descobriu que a classe sacerdotal do turno de Abias desempenhava as suas funções duas vezes por ano, e uma dessas correspondia à ultima década de setembro (cfr. The Calendar Reckoning of the Sect from the Judean Desert. Aspects of the Dead Sea Scrolls, in Scripta Hierosolym itana, vol. IV, Jerusalém 1958, pp. 162-199).
Resulta, portanto, historicamente atendível a data tradicional atribuída ao nascimento de João Batista (24 de junho), ocorrida nove meses após o anúncio de Gabriel a Zacarias (23 de setembro).
Outros estudiosos, estimulados por tal descoberta, reconstruíram a “fileira” daquela tradição dos cristãos orientais que identifica próprio entre 23 e 25 de setembro o anúncio a Zacarias, chegando à conclusão de que essa tradição provinha diretamente da Igreja primitiva, judaico-cristã, de Jerusalém.
Voltando às implicações de tal descoberta – passada quase inobservada, infelizmente -, se é historicamente atendível a data de nascimento de João Batista (24 de junho), ocorrida nove meses depois do anúncio de Gabriel a Zacarias (23 de setembro), então é possível admitir também o fundamento histórico da anunciação do arcanjo Gabriel a Maria (e a concepção virginal de Jesus) ocorrida “seis meses depois”, logo, em março do ano sucessivo (25 de março), segundo o calendário católico, como afirmado em 221 d.C. (cerca), por Sexto Júlio Africano. em Chronographiai:
E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril; Porque para Deus nada é impossível.
(Lc 1, 26-37)
Obviamente, assim, havendo seis meses de distância entre o nascimento de João Batista e de Jesus, tudo isso implica também que a data de 25 de dezembro, nove meses depois, para determinar o nascimento de Jesus, é historicamente fundada.
Consequentemente, como explicou o biblista Tommaso Federici, também é uma data histórica aquela da santa circuncisão, ocorrida oito dias depois do nascimento, segundo a Lei de Moisés (Lev 12, 1-3), e, assim, quarenta dias depois do nascimento, 2 de fevereiro, eis a “apresentação” de Jesus no Templo.
A respeito dessa tese importante, comentou também Antonio Socci e foi igualmente suportada por Vittorio Messori, que inicialmente aderia à hipótese da escolha arbitrária da parte cristã para contrastar a festa pagã.
A objeção contra os pastores e seus rebanhos
Uma postila final: contra o nascimento de Jesus, em 25 de dezembro, é muito citado o fato que, na Palestina, os pastores, não além de 15 de outubro, levavam seus rebanhos para se reparar do frio, da chuva e da neve.
Nos Evangelhos, em vez, lê-se que na noite em que receberam o anúncio do nascimento do Salvador, os pastores estavam guardando o rebanho ao aberto (Lucas 2:8):
Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho.
A essa objeção, respondeu Michele Loconsole, doutor em Sacra Teologia Ecumênica, o qual explicou que os judeus distinguem três tipos de rebanhos: o primeiro, composto só de ovelhas de lã branca; o segundo, de ovelhas cuja lã é em parte branca e em parte preta; e o terceiro, de ovelhas cuja lã é preta: estes últimos animais, considerados impuros, não podem entrar e sair da cidade, assim como não podem entrar e sair do próprio ovil, nem mesmo depois do pôr do sol, por isso são obrigados a permanecer ao aberto sempre com seus pastores, dia e noite, no inverno e no verão.
Ademais, o texto evangélico refere que os pastores faziam turnos de guarda: fato que parece compreensível só se a noite for longa e fria, próprio como aquelas de inverno.
John Stormer, por outro lado, deu outra explicação: os pastores geralmente transcorrem as noites nos campos com seus rebanhos quando os cordeiros são recém-nascidos.
As ovelhas tornam-se atraentes para os carneiros depois de 21 de junho, e o período normal de gestação é de cinco meses, assim os novos cordeiros nascem na metade de dezembro.
Origem do Natal: Jesus nasceu mesmo em 25 de dezembro? Tire suas próprias conclusões
Analisamos, portanto, três teses sobre a origem de 25 de dezembro. A que sustém a vulgata corrente – incluindo Bento XVI, como vimos acima -, isto é, a “cristianização” de uma festa pagã, tem boas motivações, mas existem outras objeções válidas que não podemos ignorar: assim, é também provável que tenham sido os romanos a “paganizar” uma festa cristã.
Também resulta válida a hipótese de que as duas festas tenham sido identificadas em modo totalmente independente uma da outra: os pagãos, por decisão de Aureliano, e os cristãos em modo simbólico, baseando-se nas reflexões bíblico-astronômicas.
Todavia, a uma observação objetiva resulta muito mais atendível a terceira hipótese, baseada nos estudos de Annie Jaubert e, sobretudo, nos de Shemarjahu Talmon (hebreu, portanto, acima de qualquer suspeita), os quais afirmam que a data de 25 de dezembro é historicamente acertada e, consequentemente, também todas as datas estabelecidas pela tradição cristã que coincidem perfeitamente com as descobertas de Qumran: o anúncio de Gabriel a Zacarias sobre o nascimento de João Batista (23 de setembro), o nascimento de João Batista, ocorrido nove meses depois (24 de junho), o anúncio do arcanjo Gabriel a Maria (e a concepção virginal de Jesus), ocorrido seis meses depois (25 de março), e, finalmente, o nascimento de Jesus, ocorrido nove meses depois (25 de dezembro).
para quem deseja aprofundar o assunto sobre o jesus histórico, em português, aconselho os vídeos do prof. dr. andré chevitarese.
Contato de guia brasileira na Itália
*Esta postagem, traduzida do italiano e adaptada por mim, tem a sua fonte em Unione Cristiani Cattolici Razionali.