Em 29 de outubro de 2015, foi inaugurado o novo Museu dell’Opera del Duomo de Florença (Museo dell’Opera del Duomo di Firenze), o qual conserva a maior coleção da Idade Média e do Renascimento florentino do mundo.
Depois de um restauro, hoje são visíveis, pela primeira vez, mais de 200 obras, dentre elas, a Porta Norte do Batistério de Florença e a Madalena de Donatello
Em fevereiro de 2016, estive lá e, neste texto, conto um pouco sobre este novo espaço expositivo em pleno centro histórico de Florença.
🏛️ Museu dell’Opera del Duomo de Florença: história, arte e arquitetura
O novo museu tem cerca de 750 objetos, entre estátuas e relevos de mármore, bronze e prata, incluindo obras-primas dos maiores artistas de todos os tempos: Michelangelo, Donatello, Arnolfo di Cambio, Lorenzo Ghiberti, Andrea Pisano, Antonio del Pollaiolo, Luca della Robbia, Andrea del Verrocchio e muitos outros.
Mais de 200 obras são visíveis pela primeira vez depois do restauro, dentre elas a Madalena, de Donatello, a Porta Norte, de Lorenzo Ghiberti, para o Batistério de Florença, e os vinte e sete painéis bordados em ouro e sete polícromos desenhados por Antonio del Pollaiolo.
No novo museu, há ainda obras que nunca foram vistas antes ou que ficaram conservadas nos depósitos por décadas, como as quinze estátuas do século XIV e quase setenta fragmentos da fachada medieval do Duomo.
Fundado em 1881 para recolher as obras realizadas durante os séculos para os monumentos da Catedral de Florença, o histórico Museu dell’Opera del Duomo apresentava um espaço insuficiente para receber a grande coleção, da qual boa parte era constituída por obras monumentais.
Por isso, em 1997, a Opera de Santa Maria del Fiore comprou um grande edifício adjacente ao museu.
O novo museu de Florença
Da fusão desses dois edifícios nasceu o novo Museo dell’Opera del Duomo que dispõe de quase 6.000 metros quadrados de superfície expositiva, mais que o dobro em relação ao passado, e 25 salas em três andares, algumas das quais de grandes proporções.
A nova instalação do museu tem hoje condições de valorizar obras-primas únicas no mundo, como a Pietà de Michelangelo, a Madalena e os Profetas de Donatello, as Cantorie de Luca della Robbia e de Donatello, e as lendárias Porta do Paraíso e a Porta Norte de Lorenzo Ghiberti, do Batistério de Florença.
No centro do novo museu, a espetacular Sala do Paraíso (36 metros x 20 x 20), onde em um lado foi realizado um modelo colossal (de resina e pó de mármore) em escala 1:1 da antiga fachada da Catedral de Florença feita por Arnolfo di Cambio a partir de 1296, mas nunca terminada e destruída em 1587.
Perante a essa titânica cena, reconstruída em base a um desenho do século XVI, estão dispostas 40 estátuas dos séculos XIV e XV originariamente realizadas para a fachada por artistas como Arnolfo di Cambio, Donatello e Nanni di Banco.
A Porta do Paraíso
No lado oposto da sala, está a Porta do Paraíso (1425-52), assim chamada por Michelangelo. Ao seu lado, a famosa Porta Norte do Batistério de Florença, e, futuramente, também será colocada a Porta Sul de Andrea Pisano, a qual está sendo restaurada pelo Opifício delle Pietre Dure.
Ao lado da Sala do Paraíso, estão as salas que guardam obras de maior impacto espiritual da coleção, como: A Madalena Penitente de Donatello e a Pietà de Michelangelo (1547-1555).
Esta última é uma das obras mais misteriosas do grande artista: talvez era destinada ao seu monumento fúnebre e, em um ataque de fúria, Michelangelo tentou destruí-la com marteladas.
A Madalena (1453-55), obra-prima do primeiro Renascimento florentino, representa uma mulher idosa devorada pelos anos e pela penitência, assim fraca que mal consegue estar em pé.
Ao mesmo tempo, a figura expressa uma grande força interior no olhar cheio de carinho e devoção e nas mãos que estão para se unir em oração.
Três andares de museu
No andar superior, a Galleria del Campanile di Giotto, longa 36 metros, com as 16 estátuas de tamanhoa natural, como a de Jeremias, o Profeta Imberbe, e O Sacrifício de Isaque – e os 54 quadros que adornavam o campanário.
Essa sala, como a outra do andar superior com as mesmas dimensões, apresenta aberturas de onde se vê o majestoso modelo da fachada arnolfiana do Duomo.
Um museu dentro do museu é a Galleria della Cupola del Brunelleschi (1418-1436), no primeiro andar, com os modelos de madeira do século XV, dentre esses aquele atribuído ao próprio Brunelleschi, e materiais e aparelhos daquela época usados para a construção da cúpula e a máscara fúnebre desse grande arquiteto.
Completam a sala dois grandes modelos de madeira da lanterna e da cúpula realizados pelo arquiteto Franco Gizdulich.
Mais adiante, entra-se na Galleria delle Cantorie di Donatello e Luca della Robbia com os dois grandes pergaminhos realizados entre 1431 e 1439 para o Duomo: ao lado de uma sala octogonal com os 25 relevos do coro do século XVI, realizado por Baccio Bandinelli, e a Sala dell’Altare d’argento, onde estão expostas as obras que faziam parte do “Tesouro do Batistério”.
A nova fachada do Duomo
No segundo andar do museu, uma outra galeria guarda obras dos séculos XVI e XVII relativas aos esforços da família Medici para “modernizar” a Catedral: grandes modelos de madeira para a nova fachada do Duomo, a substituição daquela demolida em 1587, de Bernardo Buontalenti, Giovan Antonio Dosio, Gherardo Silvani, e também estátuas efêmeras e pinturas realizadas para o casamento do Grão-Duque Ferdinando I com a princesa Cristina de Lorena em 1589.
No final da galeria, uma pequena sala de onde se tem uma vista divina da Cúpula de Brunelleschi.
O mesmo espetáculo visual é visível do terceiro andar, no terraço panorâmico, entre os tetos de Florença.
ℹ️ Informações para visitar o Museo dell’Opera del Duomo di Firenze
Para todas as informações atualizadas, consulte diretamente o site oficial do Museo dell’Opera del Duomo di Firenze.
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