Viaje na gastronomia italiana através de seis doces típicos de Páscoa e descubra um pouco mais sobre a tradição dessas guloseimas no país.
🍮 Gastronomia italiana: doces de Páscoa
Cuzzupe calabresi
A palavra “cuzzupa” deriva do grego e significa “rosca”. É um doce típico da região Calábria e tem origens orientais: simboliza o fim do jejum da Quaresma, com um ovo dentro da sua massa, o qual indica a ressurreição de Jesus.
Existe uma outra história que narra que os camponeses calabreses presenteavam a cuzzupa às famílias que estavam de luto, as quais, por esse motivo, não podiam cozinhar doces e festejar.
Presentear esse doce era um sinal de consolidamento das relações de solidariedade e de amizade entre as famílias dessa região do sul da Itália.
Colomba
Doce pascal consumido em toda a Itália, a colomba tem uma tradição que nasce por volta do século VI.
Antigamente, seja o ovo, seja a pomba (colomba, em italiano, significa pomba) simbolizavam o amor, o renascimento, a paz, e durante o cerco da cidade de Pavia, comandado pelo Rei Alboino, um artesão idoso teria oferecido ao rei alguns pães-doces em forma de pomba.
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Tendo gostado dessas delícias, o rei então prometeu ao povo de Pavia que, por gratidão ao pães-doces, iria respeitar a cidade e seus habitantes.
Mas existe uma outra teoria a respeito da origem colomba, a qual narra que São Colombano, ao benzer o rico banquete oferecido pela Rainha Teodolinda em Milão, no ano de 612, teria feito o “milagre” de as carnes virarem pombas brancas e os pães ficarem com forma de pombas.
Cassata siciliana
Doce típico da Sicília, foi criado para celebrar a Páscoa após os sacrifícios quaresmais, mas depois ficou famoso durante o ano todo. Tem origens na cultura árabe, pois o seu nome deriva da palavra árabe “Quas’at”, que significa “tigela redonda”.
A riqueza de seus ingredientes é o exemplo da gastronomia sarracena, a qual combina sabores completamente opostos.
Segundo a tradição, a cassata teria sido inventada por volta do ano mil pelas mãos dos cozinheiros da corte do emir que morava em Palermo.
Pagnotta pasquale di Sarsina
Doce típico romanholo que se come na manhã do domingo de Páscoa, juntamente com um ovo benzido.
Essa guloseima também fazia parte da mesa dos mais pobres da região, os quais começavam a comer a pagnotta no domingo de Páscoa e continuavam a saboreá-la nos dias seguintes, pois cada membro da família tinha direito a uma pagnotta só para si.
Dizem que cada doce, para cada pessoa, pesasse de 3 a 4 kg, então imaginem a quantidade de pagnotta que os romanholos mais pobres comiam antigamente na Páscoa!
Pastiera napoletana
Há várias teorias a respeito da origem dessa torta típica de Nápoles, mas escolho uma que me parece a mais acreditável.
Outrora, nos conventos da região Campânia, as freiras se dedicavam ao preparo de doces, e, por essa razão, muitas dessas guloseimas nasceram próprio nesses institutos religiosos.
Parece que a pastiera napoletana tenha saído dos fornos do Convento de São Gregório Armeno para transmitir, de modo simbólico, os mistérios da ressurreição: o ovo simboliza a vida que se renova; a água de flor de laranjeira, a primavera; a ricota, a pureza; o grão cozido no leite, a natureza dos dois reinos, e a farinha, os dons da terra.
Seadas ou sebadas
Doce típico da Ilha da Sardenha, feito com o queijo pecorino (queijo de leite de ovelha). A origem das seadas (ou sebadas) tem raízes no sul da ilha, visto que a atividade de pastoreação era a principal fonte de renda dessa área insular.
No passado, essas iguarias eram servidas como um segundo prato, mas hoje são consumidas apenas como doces devido à sua cobertura com mel e açúcar.
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