Em junho de 2019, tive a oportunidade de visitar Castel del Monte, província de Andria-Trani-Barletta, região Apúlia, e, finalmente, eis a postagem que dedico a este misterioso castelo medieval, Patrimônio da Humanidade pela Unesco, que fascina não somente seus visitantes, mas vários historiadores que tentam desvendar o mistério que envolve a construção desse edifício imperial.
🏰 Um dos castelos mais misteriosos do mundo: Castel del Monte, Apúlia
Castel del Monte (Castelo do Monte, em português), foi construído por volta de 1240, em cima de uma colina que, naquela época, era chamada de Monte Balneolo.
Ficava a cerca de 540 metros sobre o nível do mar, no território de Andria, cidade amada por Frederico Ruggero de Hohenstaufen e definida com o apelativo de “Fidelis” por sua fidelidade e relação com o imperador.
Os estudos histórico-clássicos remotam o Castel del Monte à época de Frederico II do Sacro Império Romano-Germânico, mesmo sendo quase certo que o imperador tenha passado poucas vezes por aquelas redondezas do castelo.
Assim, como ligar Castel del Monte a Frederico II?
O castelo e a dinastia Hoenstaufen
O primeiro e único documento histórico que comprova a relação entre o castelo e o imperador da dinastia Hoenstaufen é um decreto enviado pelo próprio Frederico a Riccardo di Montefuscolo, justiceiro de Capitanata, na data de 28 de janeiro de 1240.
Nessa carta, Frederico II pedia a Riccardo di Montefuscolo para preparar o material para a construção (completamento) de seu castelo, nas redondezas de um santuário, hoje desaparecido (Santa Maria del Monte).

Entre os solares que reconduzem à figura de Frederico II, Castel del Monte representa, por definição, aquele mais fascinante e, ao mesmo tempo, mais misterioso.
Mas o que é o Castel del Monte? O que quis representar quem o projetou? Quem o construiu? Por que tem essa forma única e misteriosa? Qual foi o objetivo da sua construção?
O que é o Castel del Monte, afinal?
Tantas e várias definições foram alternadas no decorrer dos anos, todas dignas de consideração, algumas plausíveis e aceitáveis, outras menos justificáveis e até mesmo ao limite da fantasia.
Tudo isso era devido à escassez de fontes históricas sobre o “solar federiciano”.
Sua planta é octogonal, com oito torres também de forma octogonal, colocadas em correspondência às arestas com dezesseis salas trapezoidais complexas que, ao percorrê-las, temos a sensação de estar em um labirinto.
O pátio central também tem planta octogonal e toda essa arquitetura concentra-se no número oito, o qual tem um grande valor simbólico e que, disposto horizontalmente, indica o infinito na matemática.
Naquele tempo, havia ricas decorações escultóricas no castelo, das quais, hoje, só restam uma tabuleta com a representação de um cortejo de cavaleiros e um fragmento de figura antropomorfa.
Nas dezesseis salas de forma trapezoidal, oito em cada andar, são peculiares as chaves da cobertura dos cruzeiros, cada uma decorada com elementos antropomorfos, zoomorfos e fitomorfos.
Cisternas, banheiros, conjuntos escultóricos
Algumas torres abrigam cisternas para a represa da água pluvial, em parte também direcionadas à cisterna que fica embaixo do pátio central. Em outras torres, há banheiros dotados de latrina e lavabo.
O complexo escultórico, mesmo fortemente depauperado, restitui um testemunho significativo do aparato decorativo original.

Escritores e historiadores locais, entre fins do século XVIII e início daquele sucessivo, descrevem um aparato decorativo caracterizado por pastilhas de mosaicos, maiólicas, pastas vítreas e pinturas murais.
Até hoje, são presentes duas mísulas antropomorfas na Torre dos Falcoeiros, os telamones que sustentam o teto de forma esférica de uma das torres escalares e um fragmento de mosaico no pavimento da oitava sala térrea.
Estrutura defensiva ou residencial?
Por muito tempo, pensou-se a respeito do uso do edifício: o termo “castrum”, na verdade, liga-o diretamente a uma função defensiva, mas a presença de algumas estruturas “acessórias” e o requintado repertório escultórico levam também a supor que fosse uma construção residencial e de representação.

Se hoje a estrutura aparece periférica, na época da sua edificação surgia pouco distante do eixo que ligava os dois importantes assentamentos de Andria e do Garagnone, junto a Gravina.
Foi próprio a sua posição geográfica que conferiu ao castelo um elemento essencial dentro da rede de comunicação desejada por Frederico II.
Castel del Monte, Patrimônio Unesco
Castel del Monte possui um valor universal excepcional pela perfeição de suas formas, a harmonia e a fusão de elementos culturais vindos do norte da Europa, do mundo muçulmano e da Antiguidade Clássica.
É uma obra-prima única da arquitetura medieval, que reflete o humanismo de seu fundador: Frederico II do Sacro Império Romano-Germânico.
Com essa motivação, em 1996, o Comitê do Patrimônio Mundial Unesco inseriu Castel del Monte na World Heritage List.
📍 Como visitar Castel del Monte, na Apúlia
- Para todas as informações atualizadas sobre horários e ingressos, consulte diretamente o site de castel del monte.
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*Fontes (tradução livre minha): Cartapuglia.it e Comune di Andria.